Uma nova alvorada, um novo deserto;

5/04/2018




A Rebelde Do Deserto - Alwyn Hamilton / 283 páginas/Editora Seguinte/ Indicado para todos / Compre aqui

Resenha: A Rebelde do Deserto, de Alwyn Hamilton


"Dizem que só pessoas mal-intencionadas andavam pela cidade de Tiroteio depois de anoitecer. Eu não tinha más intenções. Nem boas." (pág 07)


O deserto de Miraji é governado por mortais, mas criaturas míticas rondam as áreas mais selvagens e remotas, e há boatos de que, em algum lugar, os djinnis ainda praticam magia. De toda maneira, para os humanos o deserto é um lugar impiedoso, principalmente se você é pobre, órfão ou mulher.
Amani Al'Hiza é as três coisas. Apesar de ser uma atiradora talentosa, dona de uma mira perfeita, ela não consegue escapar da Vila da Poeira, uma cidadezinha isolada que lhe oferece como futuro um casamento forçado e a vida submissa que virá depois dele.
Para Amani, ir embora dali é mais do que um desejo - é uma necessidade. Mas ela nunca imaginou que fugiria galopando num cavalo mágico com o Exército do sultão na sua cola, nem que um forasteiro misterioso seria responsável por lhe revelar o deserto que ela achava que conhecia e uma força que ela nem imaginava possuir.

Uma nova alvorada. Um novo deserto. 


O livro é escrito em primeira pessoa do singular e podemos sentir as emoções e a determinação de Amani para sair de Vila da Poeira. Ela é uma mulher forte que desde pequena aprendeu a atirar, usando a arma como se fosse a extensão de seu braço. Ficou órfão muito cedo e foi morar com seu tio e as esposas dele, porém nunca se sentiu em casa. Ela sempre soube que seu lugar não era ali e se continuasse lá terminaria por se tornar uma das esposas de seu tio. E isso era a última coisa que Amani queria.


A história ensina aos leitores a sempre ir atrás do que sonham, pois se muito persistirem um dia irão conseguir. Amani não tinha perspectiva alguma, apenas histórias que sua mãe contara sobre a capital e como a vida poderia ser melhor lá. Porém isso foi o bastante.


"Eu não conseguia pensar na cidade sem ouvi-la sussurrada como uma prece esperançosa na voz da minha mãe. A promessa de um mundo maior. Uma vida melhor. Que não terminasse em uma queda breve e uma parada abrupta." (pág 20)

Para conseguir dinheiro e, finalmente, buscar seu sonho Amani se vestiu de homem, entrou em uma competição de tiro ao alvo na cidade Tiroteio, correu risco de ser pega e recebeu o apelido de Bandido dos olhos azuis, pois seus olhos azuis era marcantes e únicos, conheceu um forasteiro, chamado Jin, que mais tarde a ajudaria em sua jornada, e fugiu em um cavalo mágico. Mas ela não contava com o destino e em como ele mudaria sua rota. 

Um ponto negativo do livro está relacionado a falta de profundidade em alguns personagens, como: Shazad, mulher, filha de comandante que aprendeu a lutar muito cedo e também afrontou algumas tradições da sociedade, tinha tudo para ter uma história incrível, no entanto não foi aprofundada pela autora. Espero que isso mude nos livros seguintes. 

No desenrolar da história e na viagem de Amani podemos conhecer um pouco mais sobre a mitologia do deserto. É um mundo totalmente novo. Particularmente, li apenas livros sobre mitologia grega, então experiência foi totalmente nova. É possível ver também a motivação de grupos rebeldes que buscam um novo governo que ofereça a sociedade uma vida melhor, com menos pobreza e opressão. Além disso, o livro traz ação, pessoas poderosas, surpresas e uma pitada de romance com uma dose extra de areia. 


"Eu era uma garota do deserto. Achei que soubesse o que era calor. Estava enganada." (pág 104)


Esse é o primeiro livro de uma trilogia. O próximo livro recebe título de A Traidora do Trono. Já estou ansiosa para ler e vocês? 






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